Manhã do penúltimo dia da Flica reforça importância da ancestralidade negra

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Evento contou com participação de Sulivã Bisco, Luana Souza, Tiago Rogero e Bárbara Carine

O penúltimo dia da 10ª edição da Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica) destacou a importância da ancestralidade negra em todos os debates fomentado na Tenda Paraguaçu, principal espaço do evento.

A primeira mesa deste sábado (5) contou com a participação do ator Sulivã Bispo e da jornalista e escritora Luana Souza. Através da mediação de Lorena Ifé os dois levaram ao público presente uma discussão sobre ‘Ancestralidade, território e suas linguagens’. Ambos destacaram a importância das pessoas negras se fazerem presentes em todos os espaços como forma de resistência.

“Às vezes a gente está em um projeto que só tem a gente de preto e a gente precisa tomar cuidado senão a gente enlouquece. O preto nunca está no cinema ou TV só para fazer nosso ofício, mas pra resistir. Pois sempre vai vim a piada e passamos por um processo revolucionário”, pontuou Sulivã durante o debate.

Já Luana destacou durante sua fala a importância de uma mulher Cachoeira participar da Flica como palestrante: “Eu vi a Flica nascer e já até trabalhei uma vez na livraria. Hoje volto como palestrante e passo nesta livraria para autografar meu livro. Como mulher negra sinto realmente também fazer parte deste processo revolucionário”.

A mesa seguinte manteve a discussão sobre ancestralidade negra com a participação de Tiago Rogero, criador do podcastProjeto Querino’ e da pesquisadora Bárbara Carine. Juntos os dois conversaram sobre ‘Quem são as nossas referências?’ com mediação de : Luciana Brito.

Começando a mesa, Bárbara trouxe para o público um relato sobre sua família que a incentivou a estudar. “Minha mãe falou ‘você não vai pegar em vassouras, vai pegar em livros’. Minha mãe era empregada, minha avó lavadeira, minha bisavó foi escravizada até os 12 anos. O que minha mãe fez foi potente, porque ela rompeu para a partir de mim ser diferente. São essas as referências da minha vida e que levo para a minha filha”.

Tiago, complementando a fala de Bárbara, trouxe um fato histórico sobre um cidadão cachoeirano durante o periodo da abolição da escravidão no Brasil. “A abolição de 1800 foi incompleta. Mas se dependesse de um cachoeirano, o André Rebouças, a abolição da escravidão viria de forma democrática. Ele até sugeriu, mas a elite branca não permitiu que os pretos fossem libertos com qualidade de vida e direitos. Mas a gente está lutando aqui até hoje e a gente vai continuar aqui”.

Sobre a Flica

Com primeira edição em 2011, há 10 anos a Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica) se estabelece como um dos principais encontros literários do Brasil, tornando-se um local de reunião de multidões criativas de todas as origens. A festa nasceu e se afirmou no Recôncavo da Bahia, no município de Cachoeira, região estratégica para o entendimento do desenvolvimento socioeconômico e cultural do Brasil e pano de fundo para escritores como Gregório de Matos, Castro Alves, João Ubaldo Ribeiro e Jorge Amado. O evento é uma realização da Fundação Hansen Bahia em parceria com a CALI – Cachoeira Literária, conta com o patrocínio da Bahiagás e do Governo do Estado da Bahia e tem a LDM como livraria oficial, com apoio da Prefeitura de Cachoeira, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia -UFRB e Instituto Ibirapitanga.

Agenda
10ª edição Festa Literária Internacional de Cachoeira – FLICA
Quando: 05 a 06 de novembro (sábado e domingo)
Aberto ao Público

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Crédito da Foto das Fotos Divulgação da Assessoria

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